sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cada vez escrevo menos
Porque já escreveram tanto
Tantas frases belas que ainda são ouvidas,
citadas, ecoadas, deturpadas
E continuam a escrever ainda
de modo tão frenético
sobre todo e qualquer assunto
Abarrotam de períodos as estantes
E mais Kbites são salvos no HD
Vestem de gala as palavras pras vitrines
Para adiar a fatal morte dos catálogos
A verborragia é tão caldal
Que é impossível não ser banal,
Não cometer uma rima fácil,
plagiar, ser redundante.
Por isso calo minhas linhas
Pois para mim são caras
E não as quero mendigas dessa megalópole literária.
Permanecerão platônicas:
A idéia de um poema.
Não por isso mais nobre,
mas desprovida do peso de qualquer matéria.

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