segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Não Penso em Versos Rimados

Não penso em versos rimados.
Não penso estrofes de amor
Nem com concordância verbal.

Talvez diga sujeitos
Compostos, indeterminados,
Talvez diga predicados,
Talvez só diga besteira.

Meu cérebro não tem margens.
Minhas idéias não rimam com nada.
Meus sentimentos, estrofes que se enlaçam.

Quando forço as frases
Limito minhas palavras,
Tudo o que sinto se perde.
Ou se torna fútil, sem graça.

A vida rima sem pretensão.
Palavras rimam com gestos,
Pessoas rimam entre si.

Vou escrever poesias
Como a vida escreve a sua própria,
Fazer do caos e do acaso
Matéria de inspiração.

Rimar lágrima e alegria,
Miséria e realidade,
E também vontade com luta.

Em tudo há poesia.
Nós mesmos somos sonetos
Onde se muda o recheio
Mas é o mesmo fim e começo.

No fim tudo se encaixa,
Cores e formas se moldam,
Dando beleza ao enredo.

Curingas nesse contexto,
Objetos, ora sujeitos,
Completamos, praticamos,
Ou recebemos a ação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário